sábado, 19 de junho de 2010

Alagados em Palermo (Sicília)

O navio zarpa essa noite.Tem o dia todo para caminhar livres por Palermo; uma cidade cheia de história, passeios, mistério... (e mafia?.... caminho do porto tem uma escultura, símbolo da Paz...).

A praça central, com o prédio do Teatro Massimo e os seus leões, marca o ponto de encontro com o grupo, no final do dia.

Um dia ensolarado, um “cielo dipinto di blue”, sem nuvens no horizonte. A ansiedade de conhecer cantos novos cresce. Caminham muito, cada vez bairros mais distantes. Lugares que com certeza foram também percorridos por fenícios e gregos;“catacumbas paleo-cristianas”, monumentos ancestrais.


O convento dos “cappuccini” abre suas portas e chama a atenção esse realismo-dramâtico que mostra. Nâo dá para perceber que o clima vai mudando. Nuvens pretas chegam com pressa, cobrindo os bairros da cidade.

As ruinas dos antigos, os muros medieváis, as ruazinhas estreitas, e no meio de tudo isso, o comércio, as lojas modernas, vendendo os artigos para os turistas e os habitantes do lugar. Todos misturados entre o passado e o presente. Uma cidade com uma história muito longa, e um presente que ainda não cruzou totalmente as fronteiras do tempo. O céu cada vez mais preto, os sons dos trovões se aproximando sorrateiros.

Exaustos depois de ter conhecido e caminhado o máximo possível,se sentam para tomar um café “espresso” perto dos muros de uma “chiesa del risorgimento”. Sem mais espera, aparece a chuva, pesada, cruel, fria, como gritando entre o barulho dos trovões. E em minutos tudo vira um caos.

Agora, pela chuva, as ruas ficam alagadas, os carros começam a boiar, as pessoas tentam se proteger desse inferno aquático. Como voltar? Aonde está o caminho certo para chegar ao ponto de encontro? O Teatro Massimo parece tão longe!!!!!!!!

Sendo turistas tentam pedir ajuda aos “carabinieri”. Mas a polícia está muito ocupada. Aliás, uma viatura quase bate as pessoas, tentando também atravessar a rua. Foi necessário um golpe com o guarda-chuva no capô do carro da polícia que freiou muito perto dos corpos , no meio do dilúvio.

A chuva forte, fortíssima, continua sem desejos de amainar. Mesmo com o fato do guardachuva no capô, nem a polícia pára, nem o dono do guarda-chuvas se amedronta. Com a água perto dos joelhos, e também quase cobrindo os pneus, não era mesmo o momento para discussões. A cena “Felliniana” está no seu explendor.

Mas a chuva, sempre acaba, segundo vemos em “Isabel vendo chover em Macondo”. Sem disculpas, sem aviso, de repente, assim como começa, acaba. Quase duas horas depois, e já de regreso à praça do encontro, a chuva parece fina, como uma garóa.Todo mundo se encontra, mas fisicamente, todos estão irreconhecíveis. Totalmente molhados, embebidos nessa mistura de cultura e chuva infinitas. Tempo depois, embarcam no navio. Outro mundo, outra história.

Um banho quente, roupa seca, uma lembrança pouco comúm. Depois dessa experiência, nenhuma outra chuva vai apavorar. Chega a noite nessa região da Europa.
Noite estrelada no mediterrâneo. O navio navega em silêncio... Dentro dele, luzes e animação... O amanhecer em Napoli tem um sol vermelho e amarelo, quase gigante.

Chuva? Trovões?
Tudo aquilo na lembrança é um sonho. Um sonho muito difícil de esquecer. A viagem continua e o sol mostra passo a passo seu esplendor. As fotos são testemunhas do percurso pela cidade de Palermo, capital da Sicilia.
Nem dá para pensar, que talvez, tem algumas nuvens chegando.... sorrateiras.!

2 comentários:

  1. Oi Mercedes! Adorei seu texto mas a tabulação e os parágrafos estão cortados de forma estranha! Dá uma olhadinha lá no painel!

    Um beijo! :)

    ResponderExcluir